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Vereadores agem para revitalizar centro histórico da capital

O centro histórico de João Pessoa é um território carregado de histórias, memórias e, ultimamente, descasos. Suas ruas de pedra, antigas construções coloniais e igrejas seculares contam muito sobre a origem desta capital que hoje busca se reencontrar com o futuro, sem esquecer do passado. Nessa missão, os vereadores da cidade resolveram se mobilizar para dar uma nova cara a essa região, abandonada por décadas à própria sorte.

Em uma recente sessão da Câmara Municipal, ouviu-se falar de propostas audaciosas: novos museus, praças reformadas, iluminação moderna e projetos culturais que prometem devolver ao centro seu brilho original. Nas palavras dos vereadores, o plano é claro: atrair turistas, movimentar o comércio e tornar a área um ponto de encontro entre o velho e o novo. A cidade vai ganhar com isso, dizem.

Mas as palavras ecoam entre os casarões vazios e as calçadas rachadas. Os mais antigos moradores, testemunhas da história e da decadência, olham com certa desconfiança. “Essas reformas são para quem, afinal?” — pergunta Dona Maria Pereira, que vive na mesma casa há mais de 50 anos. Ela, como muitos outros, se preocupa com o impacto dessas mudanças. O que acontecerá com os pequenos comércios que ainda resistem? E os moradores de baixa renda, onde vão parar quando as reformas chegarem ao fim?

Para além das promessas políticas, o centro histórico de João Pessoa não precisa apenas de uma nova cara, mas de um coração que bata no ritmo de seus habitantes. A revitalização, embora necessária, não pode apagar a essência de uma região que é viva justamente por causa de sua simplicidade e suas tradições. O centro não é apenas um cartão-postal, mas o lar de muitas histórias que se entrelaçam com o presente.

Ao caminhar por suas ruas, é fácil perceber que as soluções vão muito além de fachadas novas e asfalto nas ruas. É preciso ouvir os que ali vivem, entender suas demandas e respeitar a história que cada tijolo carrega. João Pessoa precisa, sim, de uma nova cara para seu centro histórico, mas essa cara não pode ser apenas a moldura de uma cidade para turistas. Ela deve refletir a alma daqueles que chamam o centro de casa.

Enquanto isso, entre reuniões e planos, fica a esperança de que a renovação não seja apenas uma pintura superficial, mas uma verdadeira transformação que leve em conta o passado, o presente e o futuro. O impacto da ação dos vereadores é importante, reconhecem os moradores e comerciantes, mas eles lembram que não se pode deixar de lado o olhar crítico e o questionamento sobre quem realmente se beneficiará dessas mudanças.

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