A Cedae não está aí para a população de São Gonçalo. Essa é a conclusão dos vereadores do município, que integram a CPI da Cedae na Câmara Municipal. Dentro de 15 dias eles irão apresentar o relatório sobre a prestação de serviços de abastecimento de água e tratamento de esgoto, considerado precário pelos gonçalenses. Esta quarta-feira os membros da CPI se reúnem para discutir a elaboração do relatório.
“No final do ano passado a Cedae repassou algumas informações, mas, foram insuficientes. Convidamos o presidente da empresa, Wagner Victer, a vir para a Câmara prestar esclarecimentos, mas ele recusou. Depois, quando acionamos a Justiça para obrigá-lo a vir, ele entrou com recurso e obteve liminar. O mérito da questão não foi julgado ainda”, contou o vereador Alexandre Gomes (PRTB), um dos integrantes da CPI. Esta iniciou os trabalhos em setembro de 2013.
“A pedido da empresa, em novembro passado nós prorrogamos o nosso trabalho por mais 90 dias, que começou a contar em dezembro. Suspendemos a contagem durante o recesso e a retomamos em fevereiro. Porém, até agora, nenhum documento solicitado por nós foi enviado. Além disso, remeteremos o relatório ao Ministério Público Estadual e à Prefeitura para que tomem medidas cabíveis”, explicou o presidente da CPI, Marlos Costa (PT).
No relatório, de acordo com Costa, constam questionamentos sobre a obra de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alcântara, que sequer começou; a ETE de São Gonçalo, ao lado do Piscinão, que não funciona e problemas de abastecimento de água em diversos bairros do município. “Eles prometeram fazer uma rede de abastecimento e não a fizeram”, reclamou o parlamentar.
Além de Costa e Gomes, os demais membros da CPI são: Marco Rodrigues (PSD) – relator; e os membros efetivos Jorge Mariola (PDT), Diego São Paio (PRP) e Geiso do Castelo (SDD).
Boa parte dos municípios de São Gonçalo sofre com a falta d´água e a maior parte da cidade não conta com tratamento de esgoto. Com quase 1 milhão de habitantes, possui 4.044 domicílios em “aglomerados subnormais” (termo usado para designar favelas no Censo do IBGE 2010). Destes, menos da metade (1.906) estariam ligados à rede geral de esgoto ou pluvial. O esgoto de 785 residências seria lançado em rios, lagos, ou mar, e de outras 576, em valas. A fossa séptica seria usada em 334, e a fossa rudimentar em 401.
Falta de policiamento – O pequeno efetivo do 7º BPM (São Gonçalo), junto com o aumento da violência provocado pela migração de traficantes vindos de comunidades ocupadas pelas UPPs no Rio, é outro grande problema que atormenta os gonçalenses. É inferior a 700 e para setembro é esperado o reforço de 250, o que é considerado insuficiente para atender a população.