Under the gun
Versos de Diana vibram no inferno musical da árvore em reverberação
Publicado
em1. Projétil – laço mortal
A bela palavra é animal.
Esta, que entranhada no
excesso de doce /olhar canino/
em diálogo com /um inferno musical
Diânico/ em sua árvore em reverberação, vibra.
2. Projétil – cinquenta e nove por cento
A ilógica relação fundamental com todas as coisas.
Um lugar cintilante.
De onde vem a palavra?
3. Projétil – figura da ausência
Uma frase raspada por vó
para um licor de pequi.
Tal história replicada em si,
por vir da morte de mãe.
Somos o que ficou salvo no arquivo.
Para não ignorar as folhas do novo:
4. Projétil – oculto
Vivemos por amor
e já sou labirinto
Para respirar
também já tive esta doença
Agora digo para a senhora:
estou com um aqui
para o sol
Paliativo
no líquido amniótico de nossa origem
Somos labirintos
vivo por amor
Tome a minha concha
Por nosso café em outra realidade
não aceite o /Não/ que te dão
Irreverente nosso desejo na pa-lavra
somos a consulta finda
Estado de curiosidade pelo calor
somos o tempo do sentido
Não ouvido
tome a minha concha
Eu miro tudo ao meu redor
também já tive
No mirante e no tumulto
e estou tendo
Tamanho túmulo
eu sou labirinto e você também
Para o sol em anúncio
vamos seguindo
Pois não existe um pecado
cada dia
Reafirma a pausa de nosso abraço
antioxidante aqui e acolá
Donas de si, temos esta concha
vivo por amor
Acredito também nessa razão do espírito
e não aceito um prazo.
5. Projétil – amor do gesto
Somos o tempo do agora
onde tudo finda, com fragrâncias
Sem começo ou fim
no meio do labirinto que
Recebo em sua concha
e tenho um segundo
Mais bonito, repito
obrigada pela concha
Vivo por amor
no lar da perda pétrea
Pela beleza rara, nesse labirinto.