Vontades de escrever na madrugada.
Fazer contatos de qualquer grau imediato.
Sideralirizar.
Na madrugada, sozinho é assim
A gente fica carente de gente
Quem sabe um toque, uma estrela cadente.
Alguém na tela teclando apenas “Oi”
Vontades de trocar informações
De dizer para o outro viajante de galáxias
“Eu te amo e não Amo-te”
Porém, na madrugada a vida é assim
Vontades e desesperos de gentes
Sentimentos puros, transparentes
Que ficam tão insólitos, muito além
E quando a luz do dia chega
Nos acorda feito patetas
com olheiras inchaços de sapo intanha
Soltando gritos roucos, sonzeira,
Reverberando pelo infinito brejo cósmico/pulsar
E logo, as tetas do Sol nos aquecem
Nos dão sentidos e a tudo enlouquecem
Os dias, a vida, a estrada infinita
A corrida do tempo
As noites que nos esbofeteiam
Assim, tão lentas, tão lentas
E vamos e vamos e vamos
E se não vamos, nada irá
Além do tempo e da matéria
E depois? Alguém saberá?
Quem sabe apenas um toque,
Um sinal de fumaça ao bit
Uma miragem de mar ou de um oásis
Califas que passam no disco voador
Ou Piratas do Espaço em seus camelos alados
Ventos que batem
Areia nas ventas
Pó de estrelas no chão sem fundo do universo
Visões de água límpida em outro incerto deserto
Mas ainda há prazer – e sempre haverá
Logo mais o futebol nos ajuda a entorpecer
Na tela do notebook
Assisto as jogadas
E vazo do tédio: melhor é jogar a vida como ludopédio
E nada, e nada, e nada.
“Você viu o desespero do goleiro na hora do gol?”