A uma semana da Copa do Mundo, a Polícia Militar do Rio de Janeiro mostra que não tem comando. Centenas de viaturas novas da PM encontram-se abandonadas em uma área aberta do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), no bairro Sulacap, Zona Oeste do Rio. Imagens delas estão circulando nas redes sociais, juntamente com mensagens questionando os motivos de estarem fora de uso pela corporação. Segundo o ex-corregedor da PM, coronel Paulo Ricardo Paul, em seu blog, as viaturas estão no local há muito tempo, expostas ao calor, ao frio e à chuva.
De acordo com o coronel, várias denúncias foram enviadas a ele relatando as condições das viaturas e o longo período em que elas estão paradas no pátio do CFAP, que fica localizada na Avenida Marechal Fontenelle, 2906, em Sulacap. O oficial afirma que as informações apontam para um estado de sucateamento dos carros, que estariam sem rádio comunicador e alguns deles com problemas mecânicos.
A Assessoria de Comunicação da PM RJ esclareceu em uma nota que o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças cedeu o local para o Batalhão de Campanha ficar alojado durante os jogos da Copa do Mundo. O Batalhão possui 2000 homens.
No mês passado, o secretário estadual de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por improbidade administrativa na compra e aluguel de viaturas da PM em três contratos assinados entre 2008 e 2009 com duas empresas do Grupo Júlio Simões. Estariam superfaturados. As cláusulas do contrato garantiriam ainda contratação casada, isto é, compra e manutenção dos veículos. O MP pede o bloqueio dos bens de Beltrame, o afastamento dele do cargo e a suspensão dos direitos políticos do secretário por oito anos.
Enquanto isso, nas UPPs, algumas estão tendo o efetivo reduzido para reforçar outras. É a história do cobertor curto, em que um ponto é descoberto para cobrir outro. Há duas semanas, a UPP do Complexo do Alemão recebeu terceiro reforço em um mês vindo de outras unidades para se defender melhor dos ataques de traficantes. Mas, a comunidade não estava “pacificada”?