Os movimentos percebidos de políticos que desejam a primeira cadeira do Distrito Federal não admitem o fator imponderável. Fazem e refazem contas, sem contar com o crescimento de aprovação de Rollemberg. Afirmam e reafirmam, sem confirmar estatisticamente, que todos os índices do atual governador são de rejeição. Algumas pesquisas reservadas identificam uma tímida, mas importante, reversão desse quadro. Não existem favas contadas.
A caça por nomes nos últimos tempos tem acontecido na busca de políticos que não tenham problemas com a Justiça. Estão menosprezando as ruas. O problema não é ser político sem problema. É ser político tradicional, ainda que sem problema, a grande barreira eleitoral que vai encarar. Mas o imponderável lá está.
Depois de uma busca desesperada e difícil para encontrar figuras do meio que não receberam a visita do japonês, dois ou três nomes surgiram como alternativa de podres partidos. Todos políticos de carteirinha, cujo legado não tem a menor importância para a atual legião de eleitores. Não deixaram nenhuma marca de relevância em governos passados, ainda que tenham ocupado cargos estratégicos.
Outros, cujos desmandos eles próprios consideram aceitáveis, ficam medindo a gravidade de suas faltas em uma escala estranha. Nela, são considerados fatores como prazos processuais, valores supostamente desviados, progressão da pena e, claro, o foro privilegiado. Mas o imponderável lá está.
As pesquisas tornadas públicas até o dia 31 de dezembro estão desobrigadas ao registro no TSE. Isso facilita carregar a margem de erro para cima ou para baixo, dependendo do interesse de quem divulga.
Com os percentuais coincidentes entre elas de votos indecisos, nulos e brancos, que gira em torno de 60%, a margem de erro fornece um reforço significativo, somando ou subtraindo, àqueles que bem querem os interessados.
Dois novos fatores deverão causar a recontagem aos velhos matemáticos: a regressão no quadro de rejeição de Rollemberg e a chegada de um nome que preencha aquilo que a sociedade deseja. Sem esquecer que o imponderável lá está.
Pela primeira vez, em décadas, é preciso reconhecer que a propaganda difundida pelo Buriti passa muito perto da eficácia. É informativa, crível, sem ser populista nem abusar de números onde, no passado, eram somadas como obras até pintura de rodapé.
Ainda que o povo seja sensível e dado à compaixão, só perdoará o mal feito se nenhum nome estiver acima dos que existiram. E existe. Também porque o imponderável lá está. O quadro de indecisos, cerca de 28%, poderá definir o ocupante do Palácio do Buriti.
Diferente de outros anos, nenhum dos pré-candidatos anunciados goza de percentual destacado. Vale lembrar que Cristovam Buarque entrou para uma reeleição com índices de aprovação superiores a 80%. O imponderável lá estava e foi vencido por Joaquim Roriz por um ou dois pontos percentuais. O próprio Cristovam, um desconhecido reitor, com um único dígito de conhecimento, venceu o candidato de Roriz, Valmir Campelo, nas eleições anteriores.
Nesse mundo de Deus, pode ser que seus enviados mais próximos e com visão celestial, façam Ele entender que o cenário é outro e reservem o domingo para descansar. Enquanto isso, no paraíso do Planalto, os apressadinhos poderão estar caminhando para o Inferno astral, mesmo trabalhando nos dias de folga.
Se Rollemberg mantiver seus gráficos positivamente, poderá, sim, vislumbrar um segundo turno nas próximas eleições. Ele tem tempo de sobra para multiplicar seus pães.
Acompanhado de alguém que não seja político – na atual acepção da palavra – e candidato anunciado. Um nome que a sociedade vai conduzir até lá como alternativa e esperança de melhores dias. Nesse caso, o imponderável lá estará.