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Vítimas de violência recebem atendimento especializado

Mulheres vítimas de violência física, doméstica e sexual podem encontrar acolhimento no Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) Flor do Cerrado. O serviço é oferecido em um prédio anexo ao Hospital de Santa Maria, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), e atende, além de mulheres, crianças e adolescentes envolvidos nesses episódios.

Os pacientes são auxiliados por uma equipe multidisciplinar, formada por assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem e psicólogos. Entre maio de 2021 e fevereiro deste ano, foram registrados 4.973 atendimentos nessa unidade do Cepav.

O acesso ao acolhimento ocorre de forma espontânea, quando a vítima procura o serviço, e por encaminhamentos de outras instituições, como conselho tutelar, escolas, órgãos judiciais e unidades básicas de saúde (UBSs). No primeiro caso, é necessário apresentar documento de identificação e comprovante de residência. Não há restrição de idade para mulheres.

“O próprio hospital também encaminha o paciente para o nosso atendimento, ao perceber algum sinal de que aquela pessoa passou ou está inserida em um contexto de violência, e nós entramos em contato para marcar o acolhimento”, pontua o assistente social Caio Milhomem, integrante do Flor do Cerrado.

Recebida a demanda, a equipe de enfermagem é responsável por marcar o primeiro encontro com os pacientes e, na ocasião, recolher o máximo de informações sobre o caso e a situação de saúde. Além disso, são explicados detalhes do funcionamento do programa e há direcionamentos a outros serviços de saúde, caso seja necessário.

“Durante o primeiro contato, falamos sobre os tipos de violência que existem, porque, muitas vezes, as pessoas estão passando por algum tipo de situação violenta, mas não conseguem identificar”, afirma a enfermeira Márcia Lima. “Mostramos que não estamos aqui para investigar nada; é um serviço totalmente sigiloso.”

Acompanhamento
A técnica de enfermagem Adriana Santos lembra ser recorrente que as vítimas ou os pais e responsáveis, no caso de crianças e adolescentes, demorem a compreender que estão inseridos em um ciclo de violência. “É um processo de entendimento, em que a pessoa só começa a identificar pelo que está passando depois de algum tempo; e, algumas vezes sabendo de todos os riscos, permanece na relação”, alerta.

Após o acolhimento inicial, há atendimentos individuais com as mulheres, até que elas estejam prontas para ser inseridas em um grupo multiprofissional – denominado Grupo de Mulheres. “Tentamos mostrar como a violência está presente nas relações cotidianas, que é uma questão da sociedade. Não falamos coisas extraordinárias para essas mulheres, falamos sobre o que acontece na vida delas, na linguagem delas”, aponta Milhomem.

Há ainda o Grupo de Manutenção destinado ao público feminino, para o acompanhamento dos casos, e o Grupo Multifamiliar, em que são atendidos crianças e adolescentes junto aos pais e responsáveis.

Existem 18 unidades do Cepav no Distrito Federal, conhecidas como “flores em rede”. Assim como em Santa Maria, esses outros pontos também oferecem atendimento multiprofissional e biopsicossocial para crianças, adolescentes, adultos e idosos em situação de violência sexual, familiar e doméstica.

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