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Vitória de Poli indica que OAB rejeita virar arremedo de políticos

A eleição de Paulo Poli Maurício para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Brasília, representa um marco importante para a entidade e para o campo do Direito como um todo. Sua vitória neste domingo, 17, à frente de uma chapa apartidária, reflete um desejo crescente da classe jurídica por manter independência de grupos políticos.

A Ordem, ao longo de sua história, foi reconhecida como uma instituição fundamental na defesa da democracia, dos direitos humanos e do Estado Democrático de Direito. Mas nesse pleito, especificamente, pairava no ar a apreensão de uma proximidade com interesses político-partidários.

Esse fantasma, porém, foi exorcizado logo na abertura das primeiras urnas. No final da apuração, Poli teve 41% dos votos válidos, cabendo os 51% restantes a quatro outros candidatos. O resultado foi uma mensagem clara: os advogados de Brasília querem uma OAB que continue verdadeiramente plural e inclusiva, capaz de representar a diversidade de ideias e valores que caracterizam a categoria.

O compromisso de Poli em liderar uma instituição de forma apartidária não significa um afastamento das questões sociais e políticas. Mesmo porque, o Direito, afinal, está intrinsecamente ligado a elas. Contudo, reafirma que a OAB deve ser orientada por princípios éticos e técnicos, acima de interesses partidários. Este é um lembrete de que a Ordem não é um instrumento de poder político, mas um espaço de defesa das prerrogativas da advocacia.

Essa eleição também manteve o espírito original da OAB como uma casa de todos os profissionais do Direito, independentemente de sua ideologia ou posicionamento político. Como costuma dizer o próprio Paulo Maurício, a pluralidade, quando respeitada, fortalece o diálogo interno e a capacidade da instituição de responder aos desafios do cenário jurídico e social. Além disso, reforça a ideia de que a advocacia é, antes de tudo, um exercício de cidadania.

O triunfo de Poli é um convite à reflexão para outras seções e para o Conselho Federal da OAB. Em tempos de polarização, a independência institucional não é apenas uma necessidade, mas uma virtude. Afinal, uma advocacia livre é essencial para a manutenção de uma sociedade justa e democrática.

Sob a liderança do grupo que dirigiu a Ordem pelos últimos seis anos, papel que agora caberá a Paulo Maurício,  a expectativa é de que a OAB/DF continue avançando como um espaço de diálogo e integração, reafirmando seu papel como guardiã dos princípios democráticos e da ética profissional.

Como revelou a Notibras um interlocutor da chapa vitoriosa, Poli inicia um novo capítulo na história da Ordem que começou a ser escrita por Délio Lins e Silva Jr. Um período que, por certo, repetirá a preocupação com a representatividade e o respeito à diversidade de seus membros.

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