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Ibaneis tem futuro?

Vivemos arraia político digno para esquentar o frio do mês de julho

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Edimar Pirineus * - Foto de Arquivo

Não há dúvidas de que as eleições municipais vão ser o termômetro de quantas anda a polarização política no Brasil. Fazer a pré análise e a pós análise dos resultados é para estudos políticos futuros. Nesse interim é preciso, primeiramente analisar a Situação Política no Distrito Federal.

Para fazer uma análise da situação política no Distrito Federal, tanto no campo progressista quanto na direita, é necessário observar a situação política internacional e nacional para termos uma visão mais ampla da realidade política na nossa capital.

No Contexto Internacional, após a eleição do Parlamento Europeu e as projeções para as eleições na França, é clara a vantagem e o engajamento das pessoas com o pensamento de direita, refletindo também na eleição de Trump nos EUA – principalmente após o atentado sofrido pelo concorrente de Joe Biden e candidato do Partido Republicando Americano. No outro lado do oceano, a Inglaterra, entretanto, segue um caminho diferente. Na América do Sul, a Argentina reforça essa tendência conservadora no mundo ocidental.

Olhando para o Contexto Nacional, no Brasil, a direita populista de Bolsonaro, com o “centrão” no poder legislativo, apoderou-se de grande parte do orçamento federal por meio das liberações de recursos públicos por meio das chamadas “emendas pix” – na linguagem dos noticiários, a emenda pix virou sinônimo de uma espécie de “repasse sem transparência que dribla a fiscalização”, facilitando gastos ineficientes, improbidade administrativa e corrupção.

O maior partido da vez, no Brasil, o PL, sob o comando de Bolsonaro, elegeu a senadora Damares Alves, que não tinha nenhuma ligação política significativa com o DF, e formou a maior bancada federal de Brasília. Com a habilidade política do presidente do PL, o senador Izalci Lucas foi colocado à margem da política candanga, tornando-se refém dos políticos históricos do PL – um fato a ser verificado nas urnas, caso Izalci seja mesmo candidato ao GDF em 2026.

Voltando os olhos para o Contexto Político Local, após a eleição (e reeleição) de Ibaneis Rocha para o governo do DF, sua atuação política no primeiro mandato e agora no segundo, com a maioria na Câmara Legislativa, o tornou uma forte (se não, a maior, atualmente) expressão política do DF, neutralizando explosões políticas tanto da direita quanto do campo progressista. Ibaneis desenvolveu essa musculatura política porque foi ajudado pela incapacidade dos partidos de oposição, incluindo os de centro-direita, em não ter uma postura firme e combativa.

Assim, podemos dizer que, em Brasília, temos Bolsonaro em primeiro plano e, em seguida, o governador Ibaneis. No jogo político, Bolsonaro tenta levar Ibaneis a um “xeque-mate” com sua candidata Celina Leão para as próximas eleições. Com sua sabedoria e sucesso político, Ibaneis assume a expressividade política do DF, mas pode acabar caindo nas armadilhas do PL e se tornar apenas um senador da República.

Em resumo. não temos uma conclusão para esse momento, posto que, teremos que esperar mais alguns meses – observando a política nacional e novos fatos para verificar se o governador Ibaneis se mostrará um grande estrategista e líder político popular ou se foi apenas um acidente na política local.

*Edimar Pireneus é Sociólogo e ex-deputado distrital constituinte do DF.

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