Ela é simples como a vida. Tem humildade a ponto de dar e vender (a preço simbólico de 1 centavo de real). Atende pelo nome de Maria Francisca Alves, uma paraibana de João Pessoa que aprendeu a escrever cedo, mas precisou trilhar caminhos duros a ponto de parar os estudos.
Sessentona sem medo de revelar a idade, essa escritora da Paraíba revela, na entrevista a seguir, algumas peculiaridades da sua vida. E prova, mais uma vez, que o ler e o escrever é uma lição que todos precisamos aprender.
Fale um pouco sobre você, seu nome (se quiser, pode falar apenas o artístico), onde nasceu, onde mora, sobre sua trajetória como escritor.
Sou Maria Francisca Alves, nasci no dia 6 de julho de 1958 na cidade de João Pessoa, vapital da Paraíba, onde resido até hoje. Sempre gostei de escrever, mas só agora tomei gosto pela literatura.
Como a escrita surgiu na sua vida?
Na infância e na adolescência eu gostava de criar histórias e escrevia novelas, mas meus textos foram se perdendo com o tempo e só agora ao voltar a estudar, através das atividades do professor de artes, é que voltei a escrever, usando sempre meus conhecimentos e vivencias reais.
De onde vem a inspiração para a construção dos seus textos?
Vem da vivência diária, dos meus sentimentos, dos lugares que visito e do corriqueiro da vida.
Como a sua formação ou sua história de vida interferem no seu processo de escrita?
De um modo geral, interfere em tudo, pois, a minha vida se colocado em letras, será um verdadeiro best seler, e tenho pouca ou nenhuma formação se levarmos isto para o lado acadêmico.
Quais são os seus livros favoritos?
Gabriela, cravo e canela, dona Flor e seus dois maridos, Melhores poemas Cora Coralina, Poemas dos becos de Góias, meu livro de cordel, Emanuel, o consolador e pão nosso.
Quais são seus autores favoritos?
Jorge Amado, Machado de Assis, Cora Coralina, Chico Xavier.
O que é mais importante no seu processo de escrita? A inspiração ou a concentração? Precisa esperar pela inspiração chegar ou a escrita é um hábito constante?
Para escrever é preciso da inspiração, mas, se a concentração não estiver presente, fica difícil manter a inspiração. Então ambos são necessários.
Qual é o tema mais presente nos seus escritos? E por que você escolheu esse assunto?
Coisas do dia a dia como: o sol, a lua, os animais e tudo a minha volta mim faz criar textos como expressão dos meus sentimentos.
Para você, qual é o objetivo da literatura?
Uma forma de expor meus sentimentos e mostrar que consigo alguma coisa.
Você está trabalhando em algum projeto neste momento?
No momento estou apenas voltada para a minha formatura… concluindo o ensino fundamental.
Quais livros formaram quem você é hoje? O José Seabra sempre cita Camilo Castelo Branco como seu escritor predileto, o Daniel Marchi tem fascinação pelo Augusto Frederico Schmidt, e o Eduardo Martínez aponta Machado de Assis como a sua maior referência literária. Você também deve ter as suas preferências. Quem são? E há algum ou alguns escritores e poetas contemporâneos que você queira citar?
Esopo, Chico Xavier e Machado de Assis são as minhas maiores inspiração.
Como é ser escritor hoje em dia?
Ser escritora hoje é um sonho realizado, pois sempre desejei isto, mas só agora está sendo concretizado.
Qual a sua avaliação sobre o Café Literário, a nova editoria do Notibras?
Muito importante, pois está dando a oportunidade de mostrarmos os nossos escritos, vocês estão de parabéns pela iniciativa.
Tem alguma coisa que eu não perguntei e você gostaria de falar?
Não. Apenas agradecer pela oportunidade dada de apresentar meus escritos.