Errante
‘Vivo uma música que só tem refrão na lembrança do Solstício de Verão’
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emAlgo nesta geração não me pertenceu
Sou melancolia – e eles, celebração
Nenhum inimigo, um dia, me conheceu
Os amigos, penso que também não
Eu vejo o mundo com um olhar só meu
E sei que outros jamais entenderão
Moro numa época que não aconteceu
Vivo uma música que só tem refrão
Escalei as dunas que um sopro varreu
Escrevi epopeias na palma da mão
Fui oásis que na soturnidade floresceu
Acalentei o beijo umami da solidão
A musa da Lua – até que o Sol nasceu
O mistério da maré e sua escuridão
Uma nota desafinada na lira de Orfeu
A lembrança do Solstício de Verão.
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Rafaela R. S. Cepeda (Instagram: @rafaela.r.s.cepeda)conheceu a poesia aos sete anos de idade, numa feira escolar de livros. O encontro deu início a um fascínio duradouro pela habilidade de transformar palavras em obras de arte. Defensora da poesia como ferramenta de expressão, educação e arte. É autora de “Céu de Espirais” e “Lagoa Negra”, pela Ed. UICLAP.