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Labirinto

Você já pensou na sua vida, em como julgamos e somos julgados?

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Autor/Imagem:
Maria Luiza Koppe - Foto Francisco Filipino

Você já pensou na sua vida? Eu já pensei, quis dispensar, desisti, chorei e ri. Mantive a esperança de cavoucar até o fim. Mas a vida não espera, você tem que correr atrás. Os segundos passam num piscar de olhos, o invisível agora é de uma tonalidade cintilante que quase lhe cega.

Até parece que a magia da vida seja justamente essa dicotomia de desistir e persistir, como uma gangorra, vai e vem infinito.

Na pressa de correr, a gente precisa aprender a esperar e desesperar, brandir o urro mudo que sai de nossos pensamentos e semi materializa-se como uma tentativa alarmante de agarrar o socorro.

A verdade é que a melodia do seu coração vai refletir nos espelhos borrados pelo caminho que você decidiu seguir.

Ah, e ela nunca julga. Digo, julgar até julga, mas é você quem decide se quer julgar também ou não. No final, sempre julgamos a nós mesmos, sem uma mísera pontinha de autoempatia.

E o mistério da existência torna-se cada vez mais obscuro, sem estrelas a guiar-nos pela noite fantasma passada de dor.

Vamos nos perdendo e ganhando a cada novo amanhecer. Uns tem sol, outros chegam nublados e, pouco a pouco, aprendemos a captar energias.

Afinal, permanecer na inércia ou receber o “chute na bunda” só depende de que hábito almejamos perseguir. Talvez falte um “quê” de mundanidade nos meus músculos, pois vivo a voar, presa nas fendas do real e imaginário. Nunca gostei da realidade, mas ela não me deixa escolher.

Ela existe e, por existir, eu tenho que viver, no máximo, consigo meio viver. Nada é tudo oito ou oitenta pra vida. Disseram-me certo dia que existe uma palavra chamada equilíbrio, que, de tão mágica, pode diminuir as feridas.

Por isso decidi pegar minha vida, carregá-la por debaixo do braço e correr ao encontro desse meio termo.

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