Quem já teve uma crise de pânico sabe o pavor que dá ao passar por essa situação, mas o pior é que isso pode ocorrer novamente, e o medo acaba se tornando um parceiro constante na vida da pessoa que passou por essa experiência. Mas o que fazer para que isso não se repita e que possamos nos proteger de um possível retorno dos sintomas?
O mais importante é tentar entender quais foram os gatilhos disparadores da crise, porque precisou chegar tão perto da sensação de morte para acordar para a vida.
No decorrer do tempo, vamos utilizando estratégias para lidar com situações que nos causam dor, o fato é que realmente não é fácil olhar para o que nos incomoda e muitas vezes vamos acumulando tristezas e mágoas por anos. Vamos colocando tudo embaixo do tapete e fingindo que tudo está bem. Desta forma, vamos utilizando vários analgésicos em forma de comportamentos estratégicos para dar conta de seguir em frente como se tudo estivesse muito bem. Mas em algum momento esses analgésicos param de surtir efeito e a dor grita socorro em forma de doenças físicas ou emocionais.
Ocorre uma explosão de todas as situações, dores e traumas que você não deu atenção, manifestando no físico e no emocional para que você olhe e resolva a causa primária da dor. Agora não é mais possível amortecer as dificuldades com analgésicos, vai ter que encarar os fatos que vem ignorando por anos.
As doenças que desenvolvemos e as feridas emocionais ficarão marcadas como uma cicatriz no corpo emocional, demorando muito para deixar de interferir na nossa vida e nos nossos pensamentos. Por isso, é natural que tenhamos medo de sentir a mesma dor, pois cada um recebe essa experiência de uma forma, dependendo do tamanho do trauma que viveu.
Marcas deixam uma memória, ficamos presos às situações do passado, mesmo que aparentemente nós tenhamos superado. Uma parte da consciência fica identificada ao episódio de dor e só o tempo fará diminuir os efeitos nocivos. A cicatriz ficará ali, mas não terá mais o poder de promover a mesma dor, não irá interferir em sua vida. Esse processo vai além do tempo cronológico, cada um tem seu tempo.
Esses núcleos de dor podem ser o caminho de uma grande aprendizagem quando olhamos para o que nos magoou e aprendemos a ficar com o sentimento, com a emoção. Vamos ficando resilientes, gerando autotransformação. A partir da compreensão do porquê o pânico ocorreu e o que as crises vieram escancarar é que ocorrerão mudanças e você poderá se soltar da dor.