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Volta dos dossiês promete afundar Brasília no caos

A contra-informação entra em campo para salvar e enterrar figuras políticas, dependendo de que lado estejam. Foto/Arquivo Notibras

José Seabra

A era dos dossiês políticos está de volta a Brasília. Um aperfeiçoado know how veio do Rio, na bagagem de quem deveria cuidar da segurança do povo. Ao contrário, a violência aumenta na capital da República, e vidas alheias são vasculhadas.

O que se observa, sob a ótica de influentes figuras da política local, é o eufemismo comandando o controvertido sistema policial de Brasília, que ganha ares de Estado Policialesco.

Nutre-se no campo da informação um certo apreço por profissionais cujas ações são afastadas dos regramentos legais. As urnas do próximo ano estão em jogo.

Delegados hoje sob suspeição da própria categoria ocupam cargos de influência. Mesmo quem supostamente se omitiu quando agentes de atividades penitenciárias teriam se escondido nas instalações da própria polícia para não serem presos, está dando ordens.

Quem veio de fora acobertou no passado ilegalidades aos olhos da Justiça. Um exemplo é a Operação Satiagraha, que prendeu até banqueiro. Sigilo profissional foi violado; fraude processual foi apontada.

O modus operandi se repete em Brasília. Suspeita-se da manipulação de antigas imagens, da montagem de velhos áudios.

Os balanços de empresas públicas estão na mira de grupos que ocupam cargos efetivos na esfera do Poder.

As informações correm céleres, numa ação de contra espionagem capaz de alertar alvos inocentes, que correm o risco de terem seus nomes jogados na lama produzida por adversários políticos.

O filme se repete. O festival é o mesmo. Suspeitas de improbidade administrativa pipocam aqui, ali e acolá. De Brasília a Paris, mesmo com escala, é bem mais longe quando o embarque se dá no Rio.

Brasília está envolta em névoas. Prepara-se uma Nova Drácon. Será aberta uma irmã siamesa de Pandora. E o caos, temem os defensores da ética, dos bons costumes e de uma política séria, falará mais alto.

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