Com um discurso na contramão do “Volta, Lula”, mas com o ex-presidente na figura de cabo eleitoral de luxo, o Partido dos Trabalhadores (PT) oficializou em seu 14º Encontro Nacional, na noite desta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff como única pré-candidata da sigla à sucessão presidencial de outubro. O encontro aconteceu no Centro de Convenções do Anhembi, zona norte de São Paulo, e reuniu militantes de todo o País, além de ministros, governadores, prefeitos, partidos da base aliada e centrais sindicais.
Em quase uma hora de discurso, Dilma fez críticas ao modelo de governo defendido por seus adversários na campanha e, sem citar nomes, definiu que eles representam um passado “que colocou o Brasil de joelhos” à medida em que se “vendeu o patrimônio” nacional e se “varreu a corrupção para debaixo do tapete”.
A presidente foi precedida no evento por Lula, de quem é afilhada política e do qual ouviu a promessa de engajamento na campanha. “Não existe outro candidato, que não a Dilma, nesse partido”, enfatizou o ex-presidente, segundo o qual, após uma série de viagens internacionais previstas pela África e Europa, nas próximas semanas, ele estará “por conta da campanha”. “Temos um jogo mais ou menos garantido, mas não podemos dizer que ele será fácil”, alertou Lula.
Dilma salientou, por mais de uma oportunidade, o “compromisso” entre ambos. Apontou Lula como liderança política à qual dirige “respeito e carinho” e classificou a oficialização da própria pré-candidatura como “mais uma prova forte e contundente da nossa confiança mútua e dos laços fecundos que nos uniram e nos unem ao povo”.
“Foi o compromisso com o povo brasileiro que nos uniu, e esse compromisso é inquebrantável”, definiu a presidente.