A criação de quatro sub-relatorias na CPI da Petrobras pelo presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), provocou bate-boca e gritaria na sessão desta quinta-feira. A relatoria, responsável por dar andamento às investigações, ficou com o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), mas o peemedebista decidiu dividir os trabalhos com quatro sub-relatores, do PSDB, PTB, PSC e PR.
Quando Motta começou a anunciar a criação das quatro sub-relatorias, deputados do PT e Psol, contrários à decisão, começaram a gritar em direção ao presidente da comissão. Hugo Motta, que tem 25 anos, foi chamado de “moleque” pelo deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA). O paraense, por sua vez, afirmou ter falado “não amoleque esta CPI”.
“Não serei aqui nenhum fantoche para me submeter a pressão de quem quer que seja. (…) Não tenho medo de grito e da terra de onde eu venho, homem não me grita”, disse Motta, exaltado. “Cabelo branco não é sinônimo de respeito.”
A confusão teve início porque deputados do PT, Psol, PPS e PSB alegam não terem sido consultados para a divisão das sub-relatorias, o que, na prática, enfraquece o trabalho do partido da presidente Dilma Rousseff. Pela decisão do presidente da comissão, devem ser designados um relator para cuidar de diferentes temas.
São eles:
– Superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias: relator Altineu Cortes (PR-RJ);
– Irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África: relator André Moura (PSC-SE);
– Constituição de empresas com a finalidade de praticar atos ilícitos: relator Bruno Covas (PSDB-SP);
– Superfaturamento e gestão temerária na construção e afretamento de navios de transporte: relator Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).