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Dá-lhe, Xandão

X de xereta precisa aprender a respeitar no Brasil o V da verdade

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José Seabra - Foto Marcelo Camargo/Arquivo ABr

“O que acontece nas redes tem impacto na nossa vida, na sociedade e, como sabemos, na política e no futuro do país (…) No Brasil, discurso de ódio não é liberdade de expressão e nenhuma plataforma está acima das leis do nosso país. A regulamentação das redes é o único caminho para garantir que nenhuma plataforma sirva de playground de bilionário descompromissado com a democracia. Essa é a grande batalha dos nossos tempos e nenhuma mentira ou ameaça a autoridades irá nos intimidar!”.

A advertência acima é parte de mensagem do senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) dirigida a Elon Musk, dono do X, por meio da própria plataforma que mandou o pássaro azul para o espaço e agora quer ditar normas por aqui. O X de Musk virou sinônimo de xeretagem. O dinheiro desse americanozinho metido a bilionário não será suficiente para, através de chantagens emocionais, ditar normas acerca das redes sociais no Brasil. Para evitar que a extrema direita por ele representada balance nossos pilares democráticos, urge que Executivo, Legislativo e Judiciário definam o quanto antes um modelo para atuação das redes sociais no País. Até porque, ao contrário do que supostamente pensa Elon Musk, o Brasil não é a Casa da Mãe Joana.

A verdade deve prevalecer no vasto e tumultuado mar das redes sociais, onde navegamos entre ilhas de informações verídicas e oceanos de fake news. As “notícias” distorcidas ou completamente fabricadas que Xandão manda excluir do antigo Twitter, representam uma ameaça não apenas à nossa compreensão do mundo, mas também à nossa sociedade e democracia.

As fake news são como vírus digitais, espalhando-se rapidamente através das conexões sociais, contaminando mentes desprevenidas e influenciando decisões importantes. Seus efeitos podem ser devastadores, causando confusão, desconfiança e até mesmo agitação social.

O Brasil não pode sequer imaginar participar de um mundo onde as pessoas acreditam em informações falsas sobre vacinas, levando a surtos de doenças que poderiam ser prevenidas. Ou onde tentam manipular – até mesmo por meio do abuso do uso da força de militares que se acreditam poder moderador – eleições por meio da disseminação de mentiras calculadas para influenciar a opinião pública. Esses são apenas alguns exemplos dos perigos reais das fake news. E essas inverdades circulam em 11 de 10 palavras postadas no X.

Nas plataformas sociais, onde a informação é compartilhada em um ritmo frenético, é fácil para as fake news se disfarçarem de verdades. Muitas vezes, são projetadas para apelar às emoções, reforçando preconceitos e polarizando comunidades. Isso cria bolhas de opinião, onde as pessoas são expostas apenas a uma narrativa distorcida da realidade, tornando-se mais suscetíveis à manipulação.

As fake news que Elon Musk quer ver circulando livremente no Brasil, minam a confiança nas instituições e na imprensa, essenciais para uma sociedade democrática saudável. Quando as pessoas não conseguem distinguir entre o que é verdadeiro e o que é falso, a confiança na informação é corroída, tornando-se cada vez mais difícil resolver problemas complexos e tomar decisões bem fundamentadas.

Alexandre de Moraes está certo. Combater as fake news requer um esforço conjunto de indivíduos, empresas de tecnologia, jornalistas e os poderes da República. É imperioso que se promova a alfabetização digital, ensinando as pessoas a avaliar criticamente as informações que voam depois de o pássaro sair da gaiola para virar um porta-voz de xenofobia. Musk é um cidadão estrangeiro. E não pode intimidar representantes do Judiciário brasileiro, espalhando ódio, receio, hostilidade e rejeição de quem age como um xerife das leis. Esse é o X da questão. Que está também no nome de Xandão.

As plataformas sociais também devem assumir a responsabilidade de limitar a disseminação de conteúdo falso, implementando políticas de moderação e algoritmos mais transparentes. Portando, não cabe a Elon Musk imiscuir-se em assuntos que dizem respeito única e exclusivamente ao povo brasileiro.

Esse bilionariozinho metido a dono da verdade precisa entender, definitivamente, que a batalha contra as fake news é apenas o início de uma batalha da guerra pela verdade e pela integridade da informação. Nossos governantes, legisladores e juristas precisam estar vigilantes e questionar, sim, o que se difunde nas redes. A hora é de união para que se construa uma sociedade onde a verdade prevaleça sobre a mentira.

No mais, dá-lhe Xandão. E que Musk se exploda. Se ele tirar o X daqui, a gente manda um Telegram de agradecimento ao som do TikTok.

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