Enquanto o povo brasileiro está vermelho de raiva pelo atraso na escolha da cela da marginália que dominou o país nos últimos quatro anos, o ministro Alexandre de Moraes e os integrantes o Ministério Público e da Polícia Federal estão carecas de saber o mal que os terrivelmente honestos causaram à nação. Não só a dilapidaram, mas a colocaram entre os párias do mundo, contribuindo para um retrocesso diplomático de pelos menos uma década.
Só para lembrar, se o povo do ódio e da baderna tivesse vencido a eleição presidencial, certamente Luiz Inácio e seu comboio a esta hora estariam exilados em qualquer república intolerável aos esquemas golpistas e antidemocráticos.
Então, por que a demora? Corajoso, temeroso de perder a prega do coturno na cadeia ou ter de enfrentar uma viuvez em vida, o tenente-coronel Mauro Cid abriu a boca, escancarou os dentes e jogou a empáfia e a honestidade do “mito” e de seus seguidores próximos e distantes na boca larga da latrina. Há necessidade premente de colocar de uma vez os pingos nos is e levar a vergonhosa turba para o xilindró.
O Brasil precisa romper barreiras. É chegada a hora de pôr um fim na história de mentiras, lambanças e falcatruas da turma que jurou ser de Deus. Podem ter tentado, mas, com o passar do tempo, se associaram ao Diabo e, convincentemente, estão às portas do inferno.
Bateu o desespero no clã dourado do mister Joia Rara e de madame Butterfly, ambos adornados até o pescoço com as joias de um sheik árabe. Faltam apenas os pulsos. Mais do que o sol quadrado para os extremistas, em breve comemoraremos um ano de governo e ainda não vi ou ouvi a chamada grande imprensa nominar ou mesmo se referir a resultados da gestão de Lula.
Apesar de Fufuca no ministério, não há dúvida de que houve avanços. Fofocas à parte, o fato é que o pseudo rei do mundo fez o Brasil, algumas instituições e expressiva parcela de seu povo pararem no tempo. Paramos, mas duvido que, no futuro, confundam eventuais bolas fora com fufucagem.
Com seus 203,1 milhões de habitantes, o Brasil é muito maior do que o bando de foras da lei que desgovernou a pátria e ainda transformou bandidos, terroristas, incendiários, vândalos em patriotas. Um dia, essa patriotada de araque que expôs e abalou a estrutura do Exército brasileiro terá certeza de que o “mito” nunca foi honesto como ele pregou durante todo seu mandato. Pelo contrário.
O ex-gênio (?) e pau para toda obra Mauro Cid sempre soube disso. Caiu na esparrela de ser ajudante de ordens do Gargamel, mas caiu em si a tempo de ajudar a Justiça a apodrecer a existência do Messias.
Dizem que a família, particularmente a madame, está em depressão. Lamento, mas vale lembrar que a maioria dos brasileiros esteve depressiva por quatro anos. Para alívio de todos, desde outubro passado vivemos na paz. Caiu a máscara, a língua foi engolida e a violência regurgitada.
Na prática, o inferno astral tomou conta do clã Bolsonaro. A ordem no castelo de areia é manter televisões e rádios desligados. Como eles sabem que cada mergulho dos delegados e agentes é um flash, Polícia Federal é expressão proibida não seio da gloriosa família.
Resumindo a ópera, se há um grosso portfólio de indícios e provas dos crimes cometidos, aposto dez mil réis que, no fim e ao cabo, o 17 (macaco) e o 22 (tigre) serão cotados pelo leão do Supremo Tribunal Federal. Com sangue nos olhos, Xandão talvez ainda esteja pensando se, melhor do que recolher o imbrochável à Papuda, é mantê-lo na berlinda, em exposição pública.
Como sabidamente o Messias nunca foi um bom menino, quem sabe Alexandre de Moraes esteja esperando o Natal para lhe presentear com um lindo par de argolas prateadas. Depois do alto consumo árabe, as douradas estão em falta. O que o povo quer é que Xandão seja breve. Até o Ano Novo dá para esperar.
*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978