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Twist do Twitter

Xandão fecha as portas do X, joga chaves fora e só Musk não acredita

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Acostumado à vassalagem, maricagem, picaretagem, safadeza e muita guarida por onde passa no melancólico Brasil de “anteontem”, Elon Musk, o bilionário sul-africano com cara de manequim de funerária, acata em outros países as ordens que descumpre por aqui. Descumpria até dar de cara no Brasil de hoje com um macho com X na referência popular e para os inimigos mortais dos extremistas sonhadores, mas bárbaros do tipo vikings. Falo do ministro Alexandre de Moraes, o temível e justiceiro Xandão. Obviamente que não me refiro à masculinidade do magistrado, de quem não tenho recibo para atestar seus níveis de testosterona.

Minha referência é à sua coragem como cidadão travestido de caçador de foras da lei. Depois dos salamaleques e convescotes oferecidos pelo governante de anteontem, Elon Musk descobriu um Brasil ainda desordeiro politicamente e corrupto ao extremo, mas absolutamente soberano e democrático. Ou seja, hoje quem dá as ordens não é mais um vassalo de aventureiros e aproveitadores externos. É claro que os oportunistas não são malditos. Desde que respeitem e cumpram as leis vigentes, podem chegar que serão aceitos no Brasil de hoje. O X da questão é que Musk achou que a Terra Brasilis permanecia como seu quintal tecnológico.

Na verdade, ele tinha certeza de que a Casa de Mãe Joana seria eterna. Não é. E tomara que nunca mais volte a ser. O caminho é longo, mas não será se soubermos escolher bem nossos futuros dirigentes. Xandão deu prazo para que o empresário metido a dono do mundo indicasse um representante legal da plataforma X no Brasil, sob pena de retirar a rede do ar. Mesmo sabendo que o Marco Civil da Internet exige que as empresas tenham um representante legal no país, Musk cagou para Moraes e usou o próprio X e sua inteligência artificial para fazer gracinha com o ministro, a quem associou a um dos vilões de Star Wars. É um direito dele, mas, se ele tivesse alguma inteligência real, teria cumprido com seus deveres de investidor em terras alheias.

O recado foi dado e ignorado. Por isso, Musk está perdendo a rede, o rebolado e muita grana. É questão de horas, de mais um ou dois dias, o antigo Twitter terá de dançar o Twist em outras pradarias. Azar de muitos, pois, fora do ar, o X vai atrapalhar candidatos à direita e à esquerda. Ou não, porque, sem uma pista para que as mentiras escorreguem sem limites, serão eleitos somente aqueles que tiveram ideias e propostas sociais. Como vaticinou Platão, ninguém é mais odiado do que aquele que fala a verdade. É o caso de Alexandre de Moraes, cuja atuação no Supremo Tribunal Federal e à frente do Tribunal Superior Eleitoral, duela a quien duela, sempre foi pautada pelo cumprimento da lei.

E assim será com Elon Musk, com Lula da Silva , com Jair Messias e seu séquito e com todos os bandidos apanhados durante ou depois da encenação terrorista de 8 de janeiro de 2023. E não há hipótese de arrego em nome da pacificação do país, como é do desejo dos santinhos do pau oco que se aliaram ao ex-presidente do caos e da barbárie. Parece brincadeira, mas é verdade. Integrantes do núcleo duro do bolsonarismo, incluindo deputados, senadores, advogados e pastores evangélicos, acenam dia e noite a Moraes para que ele roa a corda e arquive pelo menos um dos inquéritos contra Jair Messias.

Além de imoral, antiético e criminoso, o apelo é fora de época. Por que os mesmos senhores do além não pediram a Bolsonaro para que ele agisse em conformidade com as leis enquanto presidente da República? Da mesma forma, antes de tentar emparedar Alexandre de Moraes e o STF e de criticar o emparedamento de Elon Musk, os tais paladinos da moralidade deveriam lembrar ao empresário que o Brasil de hoje não é um bordel comandado por soldado de puliça. Eles pediram e Xandão arrombou a festa do X, cafofo dos defensores do caos. E, para desespero de todos, jogou a chave fora. Elon Musk está tentando encontrar, mas sem sucesso.

*Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras.

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