Na era digital, onde a informação se espalha,
A interpretação se torna uma dança desajeitada,
Palavras, como folhas ao vento, voam sem rumo,
E o significado original se perde no resumo;
Cortes de vídeos, memes e compartilhamentos,
Transformam discursos em fragmentos,
A geração atual, ávida por likes e atenção,
Muitas vezes distorce a mensagem com imprecisão;
O autor, outrora claro em sua intenção,
Agora vê suas palavras virarem confusão,
A simplicidade se perde, a profundidade some,
E o que resta é um eco vazio, sem renome;
Mas não é apenas a superficialidade que nos assola,
É a polarização, o ódio, a desinformação que nos enrola,
As redes sociais, outrora promissoras, agora são arenas,
A verdade é distorcida, e as mentiras se propagam como chamas;
Os algoritmos, invisíveis manipuladores de opinião,
Nos conduzem por trilhas estreitas, sem compaixão,
A liberdade de expressão, antes um farol brilhante,
Agora é um campo minado, onde a intolerância avança;
E os discursos de ódio, disfarçados de liberdade,
Se espalham como veneno, corroendo nossa sociedade,
A empatia, outrora uma virtude, agora é vista como fraqueza,
Enquanto o egoísmo e a ganância ganham espaço com destreza;
Nossas palavras, antes veículos de conexão e conhecimento,
Agora são armas afiadas, prontas para o desentendimento,
E o que resta? Um vazio, um abismo entre o real e o insano,
Onde a comunicação e a humanidade se perderam embaixo dos panos.