O doleiro Alberto Youssef afirmou nesta segunda-feira, 11, que havia anuência do Palácio do Planalto com o esquema que operava para o PP dentro da Petrobras. Em depoimento a integrantes da CPI que investiga o escândalo na estatal, que foi a Curitiba para ouvi-lo, Youssef relatou que “em determinado momento, houve um racha no Partido Progressista”.
“Essa situação foi parar no Palácio (do Planalto). Paulo (Roberto Costa, ex-diretor da estatal) deixou claro para Nelson Meurer (PP-PR) que o Palácio tinha que indicar um interlocutor”, disse o doleiro à CPI.
Perguntado, Youssef disse que os pontos de contato com o Planalto eram os ministros Ideli Salvatti, da Secretaria de Relações Institucionais, e Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.
“Em 2012 ou 2011 houve um racha no Partido Progressista e foi motivo de discussão entre líderes governistas, onde houve queda do Nelson Meurer. O Arthur de Lira assumiu a liderança do partido. Isso foi discutido tanto pelo líder Nelson Meurer como pelo Arthur de Lira e Ciro Nogueira, como foi discutido com Gilberto Carvalho e Ideli. Paulo Roberto Costa deixou claro que esse assunto teria que chegar através do Palácio a quem ele iria se reportar”, respondeu Youssef ao ser questionado pelo deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP).
Youssef disse que, em sua opinião, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff também sabiam do esquema, mas o doleiro afirmou que não teria como confirmar a informação.
Youssef repetiu partes de seus depoimentos que contrariam a defesa do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Ele afirmou que encontrou pessoalmente com Vaccari em restaurantes e disse que, em 2014, o então tesoureiro foi pessoalmente a seu escritório, mas em um momento em que não estava presente para recebê-lo.
O doleiro reafirmou também ter entregado pessoalmente remessa de R$ 400 mil para a cunhada de Vaccari, Marice Lima, e ter feito outra entrega em dinheiro no diretório do PT.